Após pesquisa, agências se posicionam contra assédio no trabalho

Agências de publicidade estão buscando se posicionar diante do problema do assédio no trabalho. Pelo menos 17 delas já recorreram ao Grupo de Planejamento (GP) para dar início a conversas sobre o tema após a repercussão da pesquisa “Hostilidade, silêncio e omissão”, realizada pelo grupo e divulgada em novembro de 2017. A sondagem revelou dados preocupantes: 99% dos respondentes relatam que há assédio moral no ambiente de trabalho das agências e 97% afirmam que há assédio sexual. Sobre terem passado por esses constrangimentos, 86% das mulheres e 76% dos homens afirmam já terem sofrido assédio moral; e 51% das mulheres e 9% dos homens afirmam já terem sofrido assédio sexual.
O levantamento feito por meio de questionário online colheu respostas de 1.400 profissionais da cidade de São Paulo e Região Metropolitana. Por ser uma consulta de participação voluntária e não por amostra representativa, a tendência é reunir respostas de pessoas de opiniões fortes, o que não invalida a gravidade da questão, segundo Ken Fujioka, presidente do conselho do GP e um dos organizadores da pesquisa. “É óbvio que esse número cai quando a coleta é feita de maneira presencial, mas fizemos comparação com estudos com a mesma metodologia, e o resultado surpreendeu porque extrapolou qualquer média.”
Outro número chama a atenção. Para 87% dos respondentes, as agências onde trabalham não oferecem ferramentas para conter o assédio. E é esse o principal ponto onde as empresas precisam atuar, se quiserem reverter o cenário, segundo Ken. “É preciso que elas universalizem o canal de denúncia. As pessoas não sabem qual é esse canal, que não é amplamente divulgado. E quem ainda não tem precisa priorizar a sua criação.” Segundo a pesquisa, empresas que oferecem ferramentas contra assédio e divulgam suas políticas têm 50% menos incidência do problema.
De acordo com Ken, a divulgação da pesquisa para a opinião pública sensibilizou agências. As que estão atentas e preocupadas com a questão têm procurado voluntariamente o GP para receber orientação sobre como tratar o problema, que é sistêmico. O grupo agenda visitas internas, expõe os números da pesquisa, fala dos efeitos do assédio nas agências e no mercado, e sugere três iniciativas práticas: reconhecer a gravidade do problema, criar canais de denúncia anônima e divulgá-los internamente em campanhas de orientação.
“Elas têm nos procurado gradativamente. As agências estão, assim como todas as empresas, tentando aprender a lidar com a situação. Seria hipócrita dizer que estamos preparados para lidar com isso. É óbvio que não estamos. Mas eu já percebo por parte das agências maior cautela e sensibilidade em relação ao tema”, afirma.
Assédio afeta o negócio
O assédio é um tema sensível para as agências porque prejudica questões humanas e também o negócio, na avaliação do GP. “É ruim para o negócio em todos os sentidos. Afeta desde o relacionamento entre os funcionários, o produto final, passando pelas questões trabalhistas e relação comercial com os clientes, que também têm suas políticas de compliance”, afirma Ken.
Mais do que isso, mostra um desalinhamento da indústria publicitária com o espírito do seu tempo, o que prejudica seu trabalho de comunicação para marcas, na visão de Ken. “Somos uma indústria bastante alinhada com os valores e as discussões que acontecem na sociedade, mas a sensação é de que a gente de alguma forma se desalinhou. A gente continua vendo campanhas machistas, pouco inclusivas. E isso faz com que a comunicação para as marcas também acabe se desconectando do seu público.”
As agências que já procuraram o GP: Africa, Bullet, Dentsu Aegis, CP+B, DPZ&T, F.biz, FCB, F/Nazca S&S, JW Thompson, Mutato, Ogilvy, Publicis, R/GA, Santa Clara, TracyLocke, Tribal, Young&Rubicam.
Após pesquisa, agências se posicionam contra assédio no trabalho

Agências de publicidade estão buscando se posicionar diante do problema do assédio no trabalho. Pelo menos 17 delas já recorreram ao Grupo de Planejamento (GP) para dar início a conversas sobre o tema após a repercussão da pesquisa “Hostilidade, silêncio e omissão”, realizada pelo grupo e divulgada em novembro de 2017. A sondagem revelou dados preocupantes: 99% dos respondentes relatam que há assédio moral no ambiente de trabalho das agências e 97% afirmam que há assédio sexual. Sobre terem passado por esses constrangimentos, 86% das mulheres e 76% dos homens afirmam já terem sofrido assédio moral; e 51% das mulheres e 9% dos homens afirmam já terem sofrido assédio sexual.
O levantamento feito por meio de questionário online colheu respostas de 1.400 profissionais da cidade de São Paulo e Região Metropolitana. Por ser uma consulta de participação voluntária e não por amostra representativa, a tendência é reunir respostas de pessoas de opiniões fortes, o que não invalida a gravidade da questão, segundo Ken Fujioka, presidente do conselho do GP e um dos organizadores da pesquisa. “É óbvio que esse número cai quando a coleta é feita de maneira presencial, mas fizemos comparação com estudos com a mesma metodologia, e o resultado surpreendeu porque extrapolou qualquer média.”
Outro número chama a atenção. Para 87% dos respondentes, as agências onde trabalham não oferecem ferramentas para conter o assédio. E é esse o principal ponto onde as empresas precisam atuar, se quiserem reverter o cenário, segundo Ken. “É preciso que elas universalizem o canal de denúncia. As pessoas não sabem qual é esse canal, que não é amplamente divulgado. E quem ainda não tem precisa priorizar a sua criação.” Segundo a pesquisa, empresas que oferecem ferramentas contra assédio e divulgam suas políticas têm 50% menos incidência do problema.
De acordo com Ken, a divulgação da pesquisa para a opinião pública sensibilizou agências. As que estão atentas e preocupadas com a questão têm procurado voluntariamente o GP para receber orientação sobre como tratar o problema, que é sistêmico. O grupo agenda visitas internas, expõe os números da pesquisa, fala dos efeitos do assédio nas agências e no mercado, e sugere três iniciativas práticas: reconhecer a gravidade do problema, criar canais de denúncia anônima e divulgá-los internamente em campanhas de orientação.
“Elas têm nos procurado gradativamente. As agências estão, assim como todas as empresas, tentando aprender a lidar com a situação. Seria hipócrita dizer que estamos preparados para lidar com isso. É óbvio que não estamos. Mas eu já percebo por parte das agências maior cautela e sensibilidade em relação ao tema”, afirma.
Assédio afeta o negócio
O assédio é um tema sensível para as agências porque prejudica questões humanas e também o negócio, na avaliação do GP. “É ruim para o negócio em todos os sentidos. Afeta desde o relacionamento entre os funcionários, o produto final, passando pelas questões trabalhistas e relação comercial com os clientes, que também têm suas políticas de compliance”, afirma Ken.
Mais do que isso, mostra um desalinhamento da indústria publicitária com o espírito do seu tempo, o que prejudica seu trabalho de comunicação para marcas, na visão de Ken. “Somos uma indústria bastante alinhada com os valores e as discussões que acontecem na sociedade, mas a sensação é de que a gente de alguma forma se desalinhou. A gente continua vendo campanhas machistas, pouco inclusivas. E isso faz com que a comunicação para as marcas também acabe se desconectando do seu público.”
As agências que já procuraram o GP: Africa, Bullet, Dentsu Aegis, CP+B, DPZ&T, F.biz, FCB, F/Nazca S&S, JW Thompson, Mutato, Ogilvy, Publicis, R/GA, Santa Clara, TracyLocke, Tribal, Young&Rubicam.
Após pesquisa, agências se posicionam contra assédio no trabalho

Agências de publicidade estão buscando se posicionar diante do problema do assédio no trabalho. Pelo menos 17 delas já recorreram ao Grupo de Planejamento (GP) para dar início a conversas sobre o tema após a repercussão da pesquisa “Hostilidade, silêncio e omissão”, realizada pelo grupo e divulgada em novembro de 2017. A sondagem revelou dados preocupantes: 99% dos respondentes relatam que há assédio moral no ambiente de trabalho das agências e 97% afirmam que há assédio sexual. Sobre terem passado por esses constrangimentos, 86% das mulheres e 76% dos homens afirmam já terem sofrido assédio moral; e 51% das mulheres e 9% dos homens afirmam já terem sofrido assédio sexual.
O levantamento feito por meio de questionário online colheu respostas de 1.400 profissionais da cidade de São Paulo e Região Metropolitana. Por ser uma consulta de participação voluntária e não por amostra representativa, a tendência é reunir respostas de pessoas de opiniões fortes, o que não invalida a gravidade da questão, segundo Ken Fujioka, presidente do conselho do GP e um dos organizadores da pesquisa. “É óbvio que esse número cai quando a coleta é feita de maneira presencial, mas fizemos comparação com estudos com a mesma metodologia, e o resultado surpreendeu porque extrapolou qualquer média.”
Outro número chama a atenção. Para 87% dos respondentes, as agências onde trabalham não oferecem ferramentas para conter o assédio. E é esse o principal ponto onde as empresas precisam atuar, se quiserem reverter o cenário, segundo Ken. “É preciso que elas universalizem o canal de denúncia. As pessoas não sabem qual é esse canal, que não é amplamente divulgado. E quem ainda não tem precisa priorizar a sua criação.” Segundo a pesquisa, empresas que oferecem ferramentas contra assédio e divulgam suas políticas têm 50% menos incidência do problema.
De acordo com Ken, a divulgação da pesquisa para a opinião pública sensibilizou agências. As que estão atentas e preocupadas com a questão têm procurado voluntariamente o GP para receber orientação sobre como tratar o problema, que é sistêmico. O grupo agenda visitas internas, expõe os números da pesquisa, fala dos efeitos do assédio nas agências e no mercado, e sugere três iniciativas práticas: reconhecer a gravidade do problema, criar canais de denúncia anônima e divulgá-los internamente em campanhas de orientação.
“Elas têm nos procurado gradativamente. As agências estão, assim como todas as empresas, tentando aprender a lidar com a situação. Seria hipócrita dizer que estamos preparados para lidar com isso. É óbvio que não estamos. Mas eu já percebo por parte das agências maior cautela e sensibilidade em relação ao tema”, afirma.
Assédio afeta o negócio
O assédio é um tema sensível para as agências porque prejudica questões humanas e também o negócio, na avaliação do GP. “É ruim para o negócio em todos os sentidos. Afeta desde o relacionamento entre os funcionários, o produto final, passando pelas questões trabalhistas e relação comercial com os clientes, que também têm suas políticas de compliance”, afirma Ken.
Mais do que isso, mostra um desalinhamento da indústria publicitária com o espírito do seu tempo, o que prejudica seu trabalho de comunicação para marcas, na visão de Ken. “Somos uma indústria bastante alinhada com os valores e as discussões que acontecem na sociedade, mas a sensação é de que a gente de alguma forma se desalinhou. A gente continua vendo campanhas machistas, pouco inclusivas. E isso faz com que a comunicação para as marcas também acabe se desconectando do seu público.”
As agências que já procuraram o GP: Africa, Bullet, Dentsu Aegis, CP+B, DPZ&T, F.biz, FCB, F/Nazca S&S, JW Thompson, Mutato, Ogilvy, Publicis, R/GA, Santa Clara, TracyLocke, Tribal, Young&Rubicam.

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